segunda-feira, 29 de junho de 2009

http://www.youtube.com/watch?v=M7QTfT-8Vvw

sábado, 27 de junho de 2009

Adolescer

Quando ouvi você dizer que a adolescência é o momento em que o ser humano se sente mais livre, isso me fez pensar. Talvez seja um momento em que você acredita mais nas coisas e se deslumbra com o que a vida lhe mostra. Você chora todas as lágrimas quando sente dor e ri como se tivesse um ataque, quase sem explicação. Você coloca o dedo na tomada para ver se o choque vai ser bom. E quase sempre não é. Mas você volta a colocar todos os dedos ali. Não porque você goste de sentir dor, mas porque você aprendeu a não sentir mais o choque.

Amadurecer é relativo. As coisas podem ficar mais sem graça e a vida vai parando de ter mistérios. Toda segurança que a experiência de vida nos traz carrega consigo uma lembrança agridoce daquilo que era ter medo. Medo de decidir, medo de se expor. "É preciso agir", eu li um dia nos braços de quem apresentou para mim uma adolescência que eu não vivi. E isso me deu saudades. Saudades do que eu nunca vivi.

Tem gente que age, erra e se arrepende. E tem gente que nunca age, porque tem medo de errar. O que é acertar afinal? Sempre pensei que não havia idade para começar a se levar a sério. Agora chego a conclusão que se levar a sério demais só faz a vida ficar sem graça.

Eu falava, falava, falava. Achava que o silêncio era uma forma de egoísmo. Mas percebi que falar demais só atrapalhava os pensamentos de quem estava do meu lado. E acabava sendo egoísta. "As pessoas muitas vezes não querem escutar, só esperam a vez de falar", alguém um dia me disse. Eu não acredito nisso.

Eu vi um filme hoje que dizia que no mundo não existem figurantes. Todos nós somos personagens principais de nossa história, mas também coadjuvantes das histórias dos outros. Isso é um pensamento confortante ou amedrontador (além de esquizofrênico). E se ninguém pensasse em você? Você simplesmente não existiria para o mundo?

Se houvesse uma lista onde todos devessem escrever o nome da pessoa que mais ama, quantas vezes você acha que seu nome estaria escrito? Estou feliz porque não estou sozinho. Pode parecer uma frase adolescente, mas dane-se! É VERDADE!

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Sobre o acaso dos encontros

O mundo é um tabuleiro e nós, pecinhas que estamos nos esbarrando todos os dias. Isso sempre foi assim. Mas o que mais me assombra é como a gente vem sendo surpreendido pelo acaso dos encontros. Sempre que você está falando de alguém, essa pessoa te liga. Ou quando você vai mandar uma mensagem, a pessoa já te mandou. Isso vem acontecendo cada vez mais. Quando você tem um assunto para resolver com alguém, de repente essa pessoa está lá na livraria onde você foi comprar livros. Sem falar que é óbvio que você vai dar de cara com um livro (sem querer) que justamente tem tudo a ver com o que você está sentindo no momento.

Me parece que o ser humano, mergulhado no universo que a internet nos trouxe, passou a estar cada vez mais acessível, seja online ou através do celular, que fica ligado em qualquer ocasião, mesmo quando se está dormindo, fazendo com que ele esteja praticamente presente na vida de todos que o conhecem ou tem os códigos para acessá-lo.

Paro para pensar o que pode estar acontecendo sem que a gente perceba ou sem que a gente tenha meios que nos façam perceber. Por exemplo: eu posso estar pensando em algo agora e você pode estar compartilhando do mesmo pensamento, só que nós não temos como saber isso um do outro. Do mesmo modo, enquanto você lê as palavras que eu estou escrevendo agora, vai rapidamente perceber que vem pensando nisso já faz um tempo (assim como eu venho pensando).

Pois é... As coisas só tendem a se agravar, se é que se pode usar esse termo, uma vez que não sei bem se isso melhora ou piora o mundo. É que o homem se difere do animal, porque aprendeu a utilizar outros objetos como extensão dele mesmo. Assim foi o osso, utilizado como primeira arma na pré-história (2001 de Kubrick, vocês se lembram?) e muitos outros objetos que surgiram até chegar o computador (englobando celulares, etc) e o mundo online, que nos conecta. O que então virá pela frente?

A evolução tecnológica está fazendo com que o ser humano atinja lugares antes desconhecidos pelo seu cérebro. E isso nos leva a encontrar pessoas, resolver situações e achar coisas pelo caminho. O que erroneamente chamamos de acaso, coincidência ou destino é justamente o ser humano utilizando o poder de pensamento, sem ainda saber direito como, pois lhe falta um manual de instrução.

Iniciamos essa jornada há milhões de anos e tudo tende a continuar, se não houver um grande desastre ecológico como muitos prevêem (você deve estar pensando que o correto é "preveem" na nova ordem gramatical) ou a invasão de seres de outras galáxias, o que provocaria uma guerra, obviamente, vide europeus que pensavam que o mar era infinito - e hoje o espaço sideral é nosso antigo mar, ou o antigo mar deles, já não sei mais quem é quem!

Voltando ao assunto, o que me dá mais esperança (ainda que ingênua) é pensar que dentro de alguns anos, talvez eu poderei pensar em você e você certamente aparecerá na minha frente. E poderei pensar nas coisas que quero que você diga para mim para ouvi-las da sua boca. Ou melhor ainda, pensarei em felicidade e ela simplesmente tomará conta de mim. Certo dia você disse ou até mesmo pensou: tudo que é inexistente, algum dia existiu. Isso torna o paradoxo uma palavra sem sentido!

A tese nada conclui no momento, mas perco-me na ilusão da possibilidade de algum dia ter certo controle sobre mim e sobre os meus pensamentos, já que hoje as coisas estão acontecendo sem mesmo me perguntar como elas poderiam acontecer sem me machucar tanto.

domingo, 3 de maio de 2009

Vazios

O vazio de estar acabando um processo que durou mais de dois anos é assustador. Quando eu achei que a sensação de missão cumprida me traria um sentimento de "completude", acabei ignorando o fato de que as coisas às vezes operam totalmente ao contrário.

Inúmeras foram as vezes durante o processo que eu me imaginei feliz e satisfeito quando ele tivesse chegado ao fim. Eu pensava que ia me surpreender com o resultado final e sentir que tudo o que eu coletei durante anos de trabalho estaria impresso ali naquela tela de cinema. Na verdade, tudo está ali sim, impresso na tela. Todo sentimento que nos acompanhou durante todo o processo do filme. Mas tudo está ali para os outros desfrutarem. Para mim, não há mais surpresas, acabaram-se os mistérios.

Percebi que nunca terei a oportunidade de ver um filme meu com os olhos virgens, sem ter influência de todo processo que aconteceu para chegar até esse ponto. Cada cena que eu assisto me faz viajar nos bastidores e traz sentimentos nostálgicos de um momento. Da época em que eu estava em um outro estágio anterior de mim mesmo agora.

SONHO - Tudo vira saudade. Uma coisa estranha. Uma saudade do que eu nunca vivi.

REALIDADE - Tudo virou corte, correção de luz, limpeza de diálogos e 1a. cópia.

É impossível ver com distância algo que faz parte de você mesmo. O vazio chegou, esperando que algo o preencha. E logo!

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Nossos filhos

Hoje vi pela primeira vez meu filho. Hoje ele veio ao mundo!

Na minha cabeça, fiz planos. Já o imaginei dizendo as primeiras palavras, se comunicando comigo e com o mundo. Senti ele segurando forte na minha mão, com medo do que pudesse acontecer com ele. Eu o protegeria até o fim. Até ele largar minha mão, com coragem para seguir por aí sozinho.

Já pude vê-lo crescendo, traçando um belo caminho. Ganhando medalhas e sendo reconhecido. E também sendo criticado, é claro. Aprendendo mais consigo mesmo e criando segurança. Eu vi o tempo trazendo para ele mais força. Ultrapassando desafios tão grandes que apesar da minha vontade de ajudar, não poderia fazer nada além de assisti-lo de longe e dizer: "siga sozinho, você já tem luz própria!"

A gente planeja o caminho dos nossos filhos de modo tão ingênuo... Sem mesmo perceber que eles andam sozinhos, tem vida própria. São fortes e sabem seu caminho. Nós que não sabemos, não podemos prever. Somos muito pequenos perto deles.

Nos resta sonhar, SEMPRE! Porque doer já está implícito.

domingo, 19 de abril de 2009

Agulhas e pulos

É como ouvir um disco e perceber que, naquele tempo, tudo era pensado. Que havia uma primeira música e uma última, que havia um lado A e um lado B.

E que hoje, as músicas estão soltas por aí, em qualquer ordem. E podemos pausá-las, simples assim - brecando sentimentos iniciados. E voltar a ouvi-las do mesmo ponto de onde paramos, acreditando que as coisas farão o mesmo sentido.

Não há mais agulhas.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

A espera...

Ali tem uma árvore que não dá pra ver agora.

Tem um monte de fio cortando o céu.
Tem um monte de fio cortando meu coração.

A espera... A cidade da língua irmã me acolhe.
Restam mais 15 dias.

Je ne dors plus, Je ne mange plus...
Je te manque, Je te moque...

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Mixagem dia 3

Aqui as frases se repetem, uma após a outra, incessantemente. 

Me faz lembrar da época quando escrevíamos o roteiro e cada frase martelava na minha cabeça. Que esquisito... Agora elas ficam sendo repetidas aqui na sala de mixagem como se me punissem por tê-las escolhido para serem ditas...

e eu sei de cor todas elas...

e eu sei de cor ele por inteiro...

será que um dia ele trará surpresas para mim? aguardo os sinais...